Time to sail...

Melgas, mosquitos, aranhas, chão duro, saco-cama apertado, luz limitada, espaço limitado.
Ar livre, ar puro, cenário verde, muito verde, paisagens de perder de vista, praias de areias limpas e água transparente, sol, calor, gargalhadas, silêncio, estrelas carregadas de céu e cinco mulheres.
Volto numa semana.


"No Benfica, há uma notícia importante. Tiago está melhor e esta manhã já treinou com bola."
Como bem se vê, caem 'bombas' nos telejornais portugueses todos os dias...


Li há pouco no Flor de Obsessão um post que me lembrou uma discussão despoletada, há uns meses, por um artigo de opinião de Fátima Barros acerca do privilégio de ser estudante. Naquilo que agora escreve, Pedro Lomba fala da necessidade urgente dos professores universitários encararem o seu trabalho com uma "consciência de missão e serviço público". Partilho totalmente desta opinião e relembro aquilo que escrevi sobre isso. Na altura, o debate não foi muito aceso, mas sei que há muito quem não concorde:

"O privilégio de ser estudante"
Qual é o privilégio de ser estudante? A questão é levantada hoje [8 de Fevereiro de 2003] no DN, num texto da autoria de Fátima Barros.
O estudante é caracterizado pela falta de interesse e motivação e pela "arrogância, muitas vezes confundida com autoconfiança". Não posso concordar menos. Acredito que nos dias que correm os alunos estejam mais exigentes, por viverem num mundo em que o constante movimento, a inovação e a tecnologia os tenham feito crescer num espaço que se exige motivador, dinâmico e cativante. Mas que tem isto de mal?
Lembro-me de ver alguns professores estagiários, que me deram aulas no ensino secundário, a preparar com muito afinco as suas aulas, na tentativa de as tornar as mais ansiadas pelos alunos. Apresentavam cartolinas coloridas, contavam histórias, faziam-nos rir, ensinavam-nos coisas que nunca tínhamos ouvido e mantinham-nos ali, quase sem vontade de sair para o intervalo. No final, sabiam bem que tinham feito a mensagem passar, que enquanto ficávamos ali presos ao mundo que eles criavam, também ficávamos presos à necessidade de aprender mais sobre as coisas, de compreender melhor as matérias e, sobretudo, presos à vontade de ter mais aulas daquelas. Não estávamos ali "entretidos", como diz Fátima Barros. Estávamos fascinados.
Não me posso queixar de nenhum dos ciclos de ensino por que já passei, mas tenho de confessar que o choque de entrar num mundo tão diferente como o do ensino superior não foi fácil. As aulas impessoais, os grandes anfiteatros, as turmas de 70 alunos, as disciplinas tão estranhas. Não me atrevo a generalizar, como faz a autora do texto do DN. Muitos são os professores que se interessam pelo que estamos ali a fazer, pelo que procuramos, pelo que queremos ser, e muitas são as disciplinas que nos dão vontade de estar lá a aprender mais. Mas não raros são os casos em que o desinteresse e a falta de motivação partem exactamente de quem tem o conhecimento e devia estar ali pelo fascínio de o transmitir: os professores. Sermos olhados como tábuas rasas em que quase tudo está ainda por escrever é mais do que vulgar e também não me incomoda. Penso que esse é o mais correcto ponto de partida e, porventura, o mais estimulante. Que uns vejam isso como profunda ignorância, falta de interesse, capacidades e cultura, parece-me incrivelmente injusto. E é isso que vejo na opinião de Fátima Barros: uma profunda injustiça na generalização que faz porque alguns de nós não vêem a universidade como um posto ou estatuto social, mas sentem-na como um privilégio. E não somos tão poucos quanto isso. Conhecemos muito bem os recursos da sociedade empregues em nós (pelo que diz o texto, quase parece que são “desperdiçados” em nós) e compreendemos que o ensino tem de ser remodelado, devido às muitas falhas que tem. Mas não nos digam que o erro estrutural está em nós e que a mudança tem de começar por aí.
Queremos aulas estimulantes? Sim, queremos. Mas também exigimos “rigor no tratamento das matérias e conhecimentos sólidos”. Quanto mais não seja porque sabemos que só isso poderá servir de base a uma vitória num mundo que de apático, desinteressante e desmotivador terá muito pouco. Não é uma “cultura do facilitismo” e muito menos um processo de vitimização face a um sistema que nos violenta. Mais do que uma exigência, é uma expectativa que esperamos sempre não ver defraudada.


Cenas da vida familiar

Pai: Oh filha, afinal o que é isso dos blogs?
Filha: Espera, vai dar qualquer coisa sobre isso no Jornal da Tarde e já ficas a perceber melhor.
(alguns minutos depois - poucos - depois de vista a reportagem)
Pai: Mas explica lá mesmo, o que é isso dos blogs?


Liguei a televisão mesmo às oito. No ecrã, nem a Alberta, nem o José, nem o José Alberto. Apenas futebol. Pus a leitura em dia, comi qualquer coisa, inventei coisas para fazer e o Telejornal lá apareceu. Vi tudo com atenção, resisti ao zapping e esperei. Uma reportagem atrás da outra. Política internacional, nacional, desporto, festas e Rute Marlene. Do Encontro Nacional de Weblogs, nada. Mudei de canal, fiquei chateada. Se o Morais Sarmento sabe disto, já não se livram de um telefonemazito.


Good morning Vietnam

Pior que um despertar com poucas horas de sono, o corpo a queixar-se e um monte de loiça para lavar, só mesmo um despertar com poucas horas de sono, o corpo a queixar-se, um monte de loiça para lavar e a claque dos Super Dragões a ensaiar apenas a alguns metros da janela do quarto.


Estive a fazer limpezas no computador. Reorganizei as pastas, apaguei ficheiros antigos, esvaziei a reciclagem, limpei o desktop, libertei espaço e desfragmentei o disco. Agora só me falta descobrir uma maneira de fazer o mesmo comigo e um programa que me desfragmente a alma.


Palavras sem rosto

Não quero conhecer quem escreve nos blogs, não lhes quero ver a cara, não quero saber se são gordos, magros, loiros ou morenos. Prefiro imaginar as mãos que escrevem sobre o teclado, como se isso bastasse para construir o corpo que lhes dá as ordens.
Não vou conseguir ler as coisas da mesma maneira agora que sei como são as caras de alguns. Não por serem bonitos ou feios: apenas porque os vi. Não me perguntem porquê, mas vai ser diferente.


No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?

(Jorge Palma)


Há pessoas que simplesmente não ouvem o que dizemos. Não porque não nos prestam atenção ou não gostam de estar connosco, apenas porque preferem não ouvir quando falamos a sério. Quase é possível imaginá-los a fazer birra, com as mãos a tapar as orelhas, a bater com os pés no chão e a cantarolar alto uma música qualquer, a maior parte das vezes inventada. Quando se fala a sério com essas pessoas, elas transformam-se imediatamente no puto reguila e traquina que sabe bem o que fez de mal ou da razão que a mãe tem em avisá-lo de alguma coisa, mas simplesmente não quer ouvir. Claro que no fim, como qualquer pestinha de palmo e meio, abrem o sorriso que conhecemos de cor, mas que nos enche o coração de cada vez que o vemos. E desistimos. Percebe-se que não vale a pena protestar, muito menos retribuir na mesma moeda. Quando vivemos com Peter Pans é sempre assim. E ninguém lhes diga que os humanos não podem voar.


Weird things are happening...

É a segunda vez que alguém chega ao Do Lado de Cá por uma pesquisa no google com as palavras "sara antunes de oliveira". Eu sei que há Saras a dar com um pau, principalmente na minha geração, e que até há algumas com um nome exactamente igual ao meu. Mas, caramba, por que raio uma pesquisa no google??


Is timing everything?


Aviz

"Há nos blogs uma fragilidade muito evidente: são coisas que se escrevem porque sim, porque apetece naquele momento, porque nos lembramos, porque alguém falou disso, porque a ventania vem do lado do mar, porque o pó se levantou no meio do deserto em frases curtas, em textos longos, ou porque começou a chover no domingo. Essa fragilidade é um bem porque podemos discutir com ela — ou comover-nos."
...
(silêncio)


Tréguas

Foi levantada a bandeira da paz (na verdade, é um bocado de pano de um velho candeeiro do T-Zero que as traças já petiscaram, mas serve). A prova segue dentro de momentos na barra dos links aqui mesmo ao lado.


Cuba libre (II)

Apenas alguns minutos no tal bar e percebi que alguma coisa não estava bem. Olhei em volta, reparei nos corpos a balançar ao som de um cantor brasileiro de que não sei o nome, li com atenção o cartão que me tinham dado à entrada, analisei com cuidado as pessoas que por mim passavam. Depois percebi. Eu não tinha argolas.


Cuba libre (I)

Depois daqueles jantares em que o patronato decide juntar-se ao operariado (entenda-se: redacção), estive num bar repleto de fotografias de Compay Segundo. A melhor de todas elas mostrava-o com o sorriso que lhe conhecemos bem e um charuto na mão. Cedo me ocorreu que, provavelmente, a grande maioria dos jovens (jovens?) que ali se encontravam não saberia sequer quem era o dito senhor, mas resolvi, mesmo assim, arriscar. Quando fui pousar as coisas que trazia, perguntei à menina do bengaleiro, uma mulher um pouco mais velha que eu, com uma beleza natural tristemente escondida por quilos de maquilhagem e um decote que nem no umbigo acabava, de quem era o retrato pendurado na parede. A resposta, pouco convicta, desfez todas as dúvidas: "não tenho a certeza, mas acho que é o pai do dono". I rest my case.


Eu, pecador, me confesso

O T-Zero (desta vez leva o link, mas não abuse...), numa de redenção (foi?), diz agora que dizer que este blog prima apenas pela forma e não pelo conteúdo foi apenas uma provocação. Por agora está perdoado, apenas pela solidariedade que nutro por quem vive num espaço com candelabros, papel de parede às flores, rendas e sofás amaciados. Desta vez passa, mas não sem uma achega: há miúdas que gostam de T-Zeros, aquelas que davam tudo para poder observar cada pormenor do espaço em que um homem vive, sem ter sequer que sair da sala. Esqueça lá o estúdio, mas deite os candelabros fora.
Queiram-se ou não, assim são as mulheres.


O do lado de cá é citado num blog que só agora conheci, acompanhado de um outro, de cuja autora muito estimo. Diz-se no "T-Zero":
"do lado de cá e atacadores. Bela forma, pouco conteúdo. Não é assim que se querem as mulheres?"
Só depois de dar uma vista de olhos pelo que se escreve por lá percebi a razão do comentário. O autor, que responde pelo nome de 'Ralo', diz ter um T-Zero mas querer um estúdio. Pelo que se vê, nunca está bem com o que tem.
Não é assim, de certeza, que se querem os homens.


O Sílvio, que muita gente não leva a sério pelo seu ar risonho e piada furtiva, lembrou-me hoje por que razão o tenho em boa conta. Do meio do nada, numa conversa com vozes a mais para ser clara e querer dizer alguma coisa, e enquanto todos se limitavam a clichés como "o amor é lindo", disparou: "o amor é o amor... e depois?". Quem cita Alexandre O'Neil assim não pode ser senão alguém a estimar. Obrigada.


Actualizei a lista de blogs que recomendo. Alguns deles fiquei a conhecer com as visitas dos seus autores ao lado de cá e, por isso, serve também de agradecimento. Muito e muito obrigada.


Ando a quebrar todas as regras. De um momento para o outro, falo com desconhecidos, mostro-lhes quem sou, sob a promessa de nunca o dizerem a ninguém. A minha mãe não pode saber. Sempre me disse para andar em frente na rua, para não aceitar nada de ninguém que não saiba exactamente quem é. Não ponho em causa a boa vontade e o amor da minha mãe, infinito e incondicional. Mas tenho descoberto que, muitas vezes, os desconhecidos podem dar-nos muito mais do que aqueles que já sabem bem demais o que pensamos, o que queremos, como nos sentimos. Quanto mais não seja, dão-nos a sua fé. Acreditam no que dizemos e isso basta.
Cada vez há menos pessoas a acreditar no que dizemos e, às vezes, um desconhecido pode ser o amigo de longa data muito melhor que ele próprio.


Estudo na cidade em que mais chove de todo o país, mas não gosto nada de chuva. Mesmo assim, dias como este fazem-me feliz. O cheiro da terra molhada por gotas que se enganam em tempos de Verão faz-me lembrar um passado que não conheço, mas que gosto de inventar. E não me importo de ficar na rua, sem abrigos, sem defesas. Chuva de Verão, por mais que estrague as férias, é isto mesmo: uma oferta da Terra-Mãe que não podemos recusar.


Atacadores

A Rita tem um problema com atacadores. Nunca os aperta e não se importa de andar com eles assim, mesmo correndo o risco de tropeçar. A questão é tão séria que chegou à blogosfera. A Rita já tem um blog.


Li agora mesmo no Blog dos Putos que morreu Compay Segundo. A minha homenagem, mais do que numa série de palavras sem sentido, está nas horas ganhas a ouvir, repetidamente, as criações que mais me falam ao coração.


Ouvi ontem na rádio que os magistrados portugueses poderiam entrar em greve caso as negociações com o Governo não levassem à satisfação de todas as suas exigências.

negociação s. f., acto ou efeito de negociar; negócio; por ext. transacção; (no pl.) encontros diplomáticos entre Estados com vista a obter acordos, ajustar tratados, etc..

Não percebo. Qual das partes do significado de "negociações" é que os nossos magistrados não entenderam?


Passei o dia a ler um romance melodramático bem ao estilo Rebelo Pinto & Ca., mas em versão americana e com laivos de livro de bolso "Bianca". Não foi comprado no Continete, nem no Feira Nova, mas bem se vê: estou de dieta.
As coisas que o fim dos exames nos faz.


Alguém me diz que, às vezes, o meu blog é uma seta apontada ao coração. Não percebo. Dizem-me que é por aquilo que escrevo. Retalio, à defesa: "eu não sou tudo o que escrevo". Não concordam. Rendo-me.


O Porto que nos tem

Ontem fui sair com amigos, à procura de uma noite neste Porto que tem sempre noites de exagero. Se não for de mais nada, exagero da beleza que nos deixa sempre sem palavras, mesmo apesar de a conhecermos quase de cor. Destino: cais de Gaia, vista privilegiada sobre a cidade e um bom vinho do Porto para comemorar o sucesso nas provas de mestrado de uma de nós.
Quando estávamos a procurar estacionamento, o meu carro (esse bandido!) traiu-me. Ou eu a ele, não sei bem. Uma subida mais íngreme e pronto. Motor encharcado e toca-a-empurrar-que-eu-não-mexo-nem-uma-válvula. Os largos minutos que se seguiram não tiveram nem a beleza do Porto, nem o sabor do bom vinho. Vieram na forma de exagero, sim, mas de esforço a empurrar o desgraçado encosta acima, pé descalço para não escorregar no chinelo, com muitas gargalhadas pelo meio a ajudar. O Porto mostrou que não se esquece de quem é seu, ao segredar um pedido de ajuda a uma das suas figuras típicas, que veio, obediente, dar uma mãozinha. Um velhote simpático, daqueles que se vê a olhar para o rio com a nostalgia de um Porto que já não existe, rugas vincadas pelo trabalho e uma vida estampada nas mãos, veio de armas e bagagens (entenda-se: caixa de ferramentas) e, não se sabe bem como, lá pôs o bólide a andar. Tudo, disse ele, para que "os miúdos [nós] pudessem ir dar uma volta". "Afinal de contas, hoje é sexta-feira!"
O Porto, cidade pela qual nutro profunda admiração e da qual sinto falta desesperada sempre que cá não estou, é também isto.


"... A tua presença
é a coisa mais bonita na natureza..."

Caetano Veloso

Li isto no Gato Tobias e gostei. Percebi que a presença de algumas pessoas é que me leva para frente, a mesma presença de que senti tanta falta no verão passado. As pessoas, muito mais do que as coisas ou os luxos, criam dependências em nós que de maneira nenhuma se consegue ultrapassar. Por mais que admire a sabedoria popular, não concordo que "longe da vista, longe do coração". Alguns dos meus melhores amigos são das pessoas que menos vejo, mas que não deixam de o ser apenas porque não liguei ou demorei a responder ao 'sms'. A nossa amizade, apesar de devidamente cuidada e cultivada, não vive de compromissos cumpridos segundo a exigência do 'dever-ser'. Alimenta-se dela própria e dos momentos, mesmo que poucos, que partilhamos juntos. E eu amo-os por isso.


Estive a tarde inteira a falar sobre weblogs com uma colega da universidade. Falei, falei, falei e percebi, quando vinha para casa, que não disse nada de jeito. Das duas, uma: ou o local de encontro me intimidou (estivemos num cafézito que já não visitava desde o secundário e onde, na mesa da frente, um velhote simpático seguia atentamente a nossa conversa) ou não percebo mesmo nada disto. Têm razão, o velhote não ajudou...


Hoje percebi o que significa a expressão "vivendo com o inimigo". O meu gato, que já tem mais do que idade para se transformar num pachorrento que dorme, come e mia com voz rouca, ataca-me de cada vez que tento passar para o meu quarto e não pára de me morder os pés... testosterona a mais, de certeza...


Como é bom o Verão! (II)

Já assistiram à delícia que é um namoro mesmo, mesmo a começar? Mesmo ao meu lado, deitado na areia, estava um casalinho de jovens talvez mais novos que eu. Tenho ideia de conhecer a cara dela, provavelmente da escola, mas nunca lhe soube o nome. Como não me era estranha de todo, reparei que estava sozinha quando cheguei e que um pouco mais tarde chegou um rapaz, bem apessoado, que a cumprimentou amigavelmente (se é que me compreendem). Até aqui, nada de mais. O certo é que, minutos depois, ele já tinha a mãozinha a passear nas costas e nos ombros dela e ela já conhecia com as pontas dos dedos todos os pormenores da cara dele. Irresistível não ficar a apreciar cada aproximação, cada pudor superado, cada risco corrido. Às vezes acho que já não tenho idade para estas coisas. Fiquei ali, a olhar para eles, como uma velha nostálgica dos tempos de adolescente, em que tudo é tão fácil e tão dramático ao mesmo tempo. É a idade em que tudo passa a correr, em que vivemos pequenos momentos como grandes experiências. Dentro do armário ou debaixo da mesa, não sei. Sei é que tenho saudades.


Como é bom o Verão! (I)

Fui à praia. Nevoeiro bem fresco, uma data de famílias felizes, um casalinho em início de namoro, três miúdos indecisos entre o português e o francês, dois em insultos um ao outro, um grupo de rapazes no engate, o típico macho português a passear de peito à mostra e calça de ganga arregaçada. La dolce vita!


"O fenómeno dos blogues chegou oficialmente à Assembleia da República (AR). A partir da próxima legislatura, os deputados parlamentares podem usufruir da possibilidade de criar blogues numa área reservada para esse mesmo efeito instalada no servidor da AR. A proposta, articulada entre Marques Guedes, do PSD, e José Magalhães, do PS, foi aprovada por unanimidade na maratona de votações realizada anteontem logo após o debate do Estado da Nação." (in Público, 5 de Julho)
Pronto... lá vão eles institucionalizar a coisa! Mas não estávamos todos tão bem com os mesmos problemas do blogger, alojadinhos no blogspot, como um grande blogbrother? Todos diferentes... todos diferentes!


Algumas considerações sobre o exame de Publicidade:

%#${*¨§?~ /&%$#@£§ £@§%&#"!
Agora sim, sinto-me melhor...


Hora de zarpar. Mais uma volta, mais uma corrida, mais um exame, por sinal o último. Iupi! Desta feita, publicidade. E havia tanta coisa a dizer sobre o exame de publicidade, mas infelizmente... não temos tempo. Volto no sábado, se entretanto não for presa por atentado algum senhor menos simpático da Brisa. Beijinhos e abraços.


A propósito de um comentário [obrigada, Lídia] ao post sobre o corpo empalhado de Bentham [actualização: apenas o corpo é do próprio senhor; a cabeça é feita em cera, o que dá toda uma nova razão para náusea: quem o empalhou, também teve de lhe tirar a cabeça...] pude relembrar uma personagem que com muita dificuldade algumas pessoas que conheço esquecerão. Não há uma almazinha em Matosinhos que tenha passado pela Gonçalves Zarco que nunca tenha ouvido falar na saudosa (ou não!) Noémia... aposto que todos tivemos professores-armados-em-parvos-que-acordam-todos-os-dias-com-o-rabo-virado-para-a-lua, mas a Noémia é, de facto, o expoente máximo!
A senhora não está empalhada, é certo, mas não por desejo de alguns dos que passaram pelas suas aulas. O único entrave tem sido, ao que se sabe, continuar viva!
Onde quer que estejas Noémia, um bem-haja por todas as dores de cabeça que deste aos teus alunos!


O Schumacher é a estrela do jogo de futebol AllStars no Bessa.
A Sofia Aparício faz carreira no cinema.
A ficção nacional na TVI continua a bater records de audiências.
Percebem agora a expressão "o mundo às avessas"?


Como esquecer

"Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer, os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece?
Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas!
(...)
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
(...)
Para esquecer uma pessoa não há vias rápidas, não há suplentes, não há calmantes, ilhas nas Caraíbas, livros de poesia - só há lembrança, dor e lentidão, com uns breves intervalos pelo meio para retomar o fôlego."
Miguel Esteves Cardoso
Amén.


"Se uma Sara a conduzir de dia e com sol assusta muita gente, a mesma Sara a conduzir de noite e com chuva assusta muita mais." (Tentem cantar isto com a melodia habitual. A métrica está longe de ser perfeita, mas que fazer?)
Ainda bem que o sol voltou. Já estava farta de ter de ouvir os lisboetas dizer: "Chuva?! Mas qual chuva?! Por cá está um sol radioso!". Alfaces...


Os senhores das portagens da Brisa não são simpáticos. Podem dizer que é uma profissão complicada, que é chato estar fechado naquelas cabines tanto tempo, sempre com o braço de fora, mas não adianta. Eles não são simpáticos.
Tive alguma dificuldade em encontrar o dinheiro para pagar na portagem do Porto. Enquanto andava lá às voltas com a mala, o senhor da portagem tentou ajudar: "esta é a parte em que a menina me dá aquele cartãozinho rectangular que deve ter tirado de uma caixinha quando entrou na autoestrada...". Não percebi e também não gostei. Qualquer dia pedem barreiras de protecção à prova de bala entre as cabines e o carros, como os taxistas, e ninguém vai perceber porquê...


Devaneios de um embrião

Um embrião tem devaneios? Claro que sim. E dos bons! A Ana Machado já tem um blog, o tal que já existia há algum tempo, mas que continuava envolto em mistério. O Devaneios de um Embrião continuará, assim se espera, por muito mais que nove meses, sempre quase no limite do nascimento. Isto tem muito de tântrico, eu sei... mas que se há-de fazer? Esta malta da publicidade é doida... Não dispensem a visita!