O BB4 ainda agora começou e já estamos com o caderninho cheio de pérolas. Eu a mim já só me apetece... nem sei...


Post umbiguista

Durante o almoço reparei que na mesa mesmo ao meu lado quatro raparigas, pele morena, madeixas louras, olhares cúmplices e camisolas levantadas, comparavam os respectivos umbigos. Fiquei a olhar um pouco, sem perceber os comentários. Depois espreitei para o meu e gostei do que vi. Só me faltou espetar os polegares na faces, fazer uma careta e gritar: "o meu umbigo é melhor que o teu!!". Afinal, nada diferente do que tenho lido por aí.


Weekend wish ou A ouvir álbuns antigos

"Carrega stop, faz rewind, por favor volta pra trás..."
(Da Weasel)


"Cai a noite devagarinho,
João Pestana vai a caminho.
Vem das estrelas dar um beijinho
E embalar a Sara no seu soninho."

TAD vai ter de ficar para amanhã.


Estive a arrumar as tralhas que 12 anos de escola acumularam no meu quarto. Fui forçada, não gosto destas coisas. Há recordações que recuso deitar fora, mesmo as guardadas nas margens dos livros de História, Geografia ou Português. Principalmente essas.
Folheei os cadernos e os trabalhos escritos à mão com caligrafia sempre diferente, recordei matérias e espaços. Vi números de telefone escritos nos cantos das páginas, gravados debaixo de nomes que já não consigo ligar a caras, mas que de alguma maneira, em alguma altura, fizeram sentido, passaram por mim.
Esbarrei com o guião de um espectáculo montado com gargalhadas e com os primeiros traços do amor pela escrita, em textos que felizmente nunca mostrei a ninguém.
Reencontrei o primeiro livro de Educação Física, comprado sem necessidade e lido de ponta a ponta com sofreguidão, e os esboços de Educação Visual, sempre inacabados, no ano em que me ensinaram a desenhar.
Lembrei as dúvidas, as desilusões, os namoros inventados à surdina, no fundo da sala, com a amiga mais cúmplice e os problemas potenciados por um mundo adolescente em crescimento e mutação.
E ri. Das histórias, dos outros e principalmente de mim.
Guardei algumas coisas, rasguei muitas mais. No passado que quero sempre presente não há lugar para amarguras.


Do mais que precisas, não sei. Mas tens o meu silêncio.


Tribalistas

Comprei o CD da moda. Foi a banda sonora de todas as noites nas férias com as amigas e achei que merecíamos ouvi-lo nesta dolorosa caminhada até ao exame de TAD. Pronto, é um exagero, eu sei, mas comprei-o e recomendo vivamente.


O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. E o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo tempo tem. Bem se vê: nas férias, o tempo tem pouco tempo. Mais cinco dias e estamos em Setembro. Argh...


Não consigo escrever sobre a tragédia em Bagdad. Tentei, para tirar o nó da garganta, mas não consigo.


O MSN acabou de me avisar que recebi uma nova mensagem de email, cujo remetente é "Manchester United Promotions". Apesar de saber que o rapaz já joga no Real, por momentos acreditei que as minhas preces foram ouvidas: mandaram-me o Beckham a preço de saldo.


São as pequenas coisas, apenas elas, as únicas que conseguem arrancar-nos sorrisos e levar-nos às lágrimas. De um momento para o outro. Levam-nos ao céu "a tempo de ainda encontrar um bocadinho de inferno aberto" (MEC). As 24 horas que passaram foram cheias desses momentos. Os óculos apanhados do chão, o porta-chaves retirado da chave de um carro que deixa de me pertencer, a cassete com a música das férias apanhada a correr como lembrança, as leituras de Verão espalhadas na mala, os papéis amarrotados e o mapa que me levou a uma semana de sorrisos, tudo enfiado à pressa no bolso. Misturados com isto tudo, o abraço apertado do pai e o sussurro seguro da mãe: "está tudo bem".


Às vezes, muitas mais do que desejaríamos, nem conseguimos acreditar nas coisas que nos acontecem. Passam horas e ainda nos apanhamos a pensar que está tudo na mesma, que se calhar não foi bem assim, que dali a alguns momentos alguém vai chamar pelo nosso nome e vamos acordar. Mas não.


Num olhar furtivo sobre o espelho reparo que os meus ombros estão mais magros. Pelo menos assim parecem, provavelmente porque o sol já os doirou, como faz com as uvas durante o Verão. Quando o corpo fala assim comigo do outro lado do espelho não gosto, viro a cara, finjo não reparar. Corpos lembram outros corpos e esses corpos, pessoas. Os meus ombros, que todos os dias se limitam a manter-me direita, com a cabeça mais ou menos erguida e que me lembram que o caminho é em frente, hoje lembraram-me os dias em que os tocavas quase sem notar, como se já te pertencessem e cada pequeno toque não fosse mais do que uma lembrança de que estavas ali, como sempre, como ninguém. Hoje, esses meus ombros mais magros e mais morenos, relembram-me que, tal como todos os corpos, há coisas que nunca permanecem na mesma condição. Tu já não os aqueces com as tuas mãos e eu limito-me a olhá-los de relance, por entre as madeixas de cabelo que propositadamente deixo que caiam sobre a cara, e a perceber certezas. Se não for de mais nada, e nunca quero que seja, pelo menos de que os meus ombros estão, de facto, mais magros.


Alguém me diz que gosta do conteúdo do que se escreve do lado de cá, mas que lamenta a "escrita básica". É assim mesmo. Às vezes, por mais que se procure à força um casaco de peles, um colar de pérolas ou um écharpe mais delicado, não se consegue despir a falta de graça de um 'saia-casaco' (leia-se: calças de ganga e camisola).


Engraçado... há uns dias, não sei bem quantos porque a memória que tenho nunca permite que agarre o tempo nos meus dedos finos, li um texto no Atacadores que me deixou com vontade de o citar. Não o fiz, não sei bem porquê, se calhar porque não queria que fosse lido, porque não queria que me expusesse. Hoje, na passagem obrigatória pelos blogs que não dispenso, li novamente o texto, vindo do Atacadores, mas noutro blog. Desta vez não posso resistir, mas nem é preciso citar. Está aqui ou aqui e é da autoria de Sarah Kane.


Birra

"I'm not afraid of dying - i just don't want to."


Benfica e as Flash Mobs

O que é que a derrota do Benfica frente à Lazio tem a ver com o fenómeno da moda, as flash mobs? O Arte&Manhas explica isso muito bem. Ele há quem se lembre de cada uma...


Estatuto

Enquanto tentava inscrever-me num exame da época de Setembro, pus-me a ler, por desinteresse, as coisas que os Serviços Académicos escrevem de mim. No meio de uma série de rótulos, apareceu um que estranhei. Eu, aluna do 4º ano de Comunicação, tenho estatuto de aluna "ordinária" na Universidade do Minho. Como dizia ainda ontem uma amiga com um copito a mais, "já vi isto melhor...".


Acordar. De repente, mas sem sobressalto. Não querer, fechar os olhos outra vez, bem rápido, para tentar enganar o corpo e o sono. Ficar assim, uns segundos, pálpebras bem apertadas uma contra a outra, corpo imóvel, respiração a querer acelerar. Resistir, uns minutos, mas apenas os suficientes para perceber a inevitabilidade do nascimento de um novo dia. Abrir os olhos, outra vez, devagarinho, com cuidado, como se alguma coisa no mundo lá fora estivesse prestes a ferir-nos com a sua luz. Olhar em volta, rebolar na cama, coçar o nariz. Esticar uma perna, depois outra, depois o tronco inteiro. Dar bom dia ao cão, que já veio a abanar o rabo lembrar que está na hora de ir à rua. Reparar com cuidado em cada pormenor do quarto para relembrar a conclusão de todas as manhãs: tudo está no seu lugar, nada mudou desde ontem, já tarde, quando me deitei. Ou quase. Na verdade, todas as manhãs alguma coisa mudou, mas não no que me rodeia. Em mim, apenas em mim. Não sei se pelos sonhos que me acompanham em todas as horas de sono, se pelo facto de, por cinco ou seis horas, não ter pensado em ti. Não vieste, mas já sabia que ia ser assim. Como li há uns dias nos escritos da Isabel, "Assustas-me! Admiras-me! Mas não me surpreendes...".


Cenas de um dia perfeito de Verão

We were walking
Just the other day
It was so hot outside
You could fry an egg
Remember you were talkin'
I watched as sweat ran down your face
Reached up and caught it at your chin
Licked my fingertips

Wasting Time
Let the hours roll by
Doing nothing for the fun
A little taste of the good life
Whether right or wrong makes us wanna stay, stay, stay for awhile

Later on the sun began to fade
Then the clouds rolled over our heads,
And it began to rain
Oh we were dancing mouths open
Splashing tongue taste
For a moment this good time would never end

You and me
You and me
Just wasting time
I was kissing you
You were kissing me love
From good day into a moonlight
Now a night so fine
Makes us wanna stay, stay, stay, stay for awhile

Wasting Time
I shall miss these things
When it all rolls by
What a day
Wanna Stay, stay, stay, stay for awhile

Hey Love
Oh just groping you
Rolling in the mud
Stay a while
Come on love
Wanna stay, stay, stay, stay for awhile

"Stay (Wasting time)", Dave Matthews Band


Embriagada. Não sei se ainda da sangria do último jantar fora, se das coisas que vi, ouvi e disse, se das gargalhadas, muitas, sem razão e com todo o sentido, se do calor da viagem feita num corpo com alma fria por já voltar, se da existência de outras quatro jovens e belas mulheres que durante estes dias me fizeram tão bem. Dizer que me fazem sentir bem é pouco. Vocês embriagam-me de vida. Obrigada.