Here we go...


Não dormir envelhece. De manhã, o espelho nunca me mente.


"A Guerra em Directo"

Carlos Fino prepara-se para lançar o livro "A Guerra em Directo". É no dia três de Novembro, em Lisboa, e a apresentação da obra estará a cargo de Marcelo Rebelo Sousa, um senhor que também tem alguma experiência em cenários de guerra... pelo menos desde que se tornou comentador da TVI e conheceu de perto a Manuela Moura Guedes.


Então o Encontro Informal de Blogs na Sociedade de Geografia é amanhã e ninguém me corrigia? E eu feitinha para lá ir na sexta! Argh...


"Quero ser o teu Volkswagen"...

...mas para já só tenho um Peugeot 205. Serve?

(Balla, Le Jeu, 2003)


Batota

Pronto, confesso. Ontem, quando já toda a gente dormia, fui ao leitor de cd's e deixei preparada a faixa 5. Depois, já de manhã, foi só esperar que a música me acordasse. Não foi o acaso nem um sinal, mas foi Moloko a abrir com um sorriso nos lábios.


Coisas Simples

Pode um blog que vive das "confusões que vagueiam na fronteira entre a loucura e a lucidez" ser simples? A Maria, que agora se estreia a solo na blogosfera, acredita que sim. É ela que nos conta a Vida, toda sem sentido, sem lógica, difícil de perceber, traduzida em Coisas Simples, todos os dias, num blog aqui mesmo ao lado.
[conselho de amiga: não percam esta miúda de vista...]


Enquanto tento enviar um ficheiro, o Messenger avisa-me de que devo aguardar a aceitação de M.. No fundo, passamos a vida à espera que os outros nos aceitem.


Vai Tuna!

É delicioso descobrir que uma das amigas mais queridas é das melhores naquilo que faz. O VIII Trovas valeu por ti, G.. Parabéns! (agora só te falta arranjar o blog...)


Não vejo a hora de zarpar...


Detesto quando eles fazem isto

Nunca algumas coisas fizeram tanto sentido.

"Come up to meet you
Tell you i'm sorry
You don't know how lovely
You are

I had to find you
Tell you i need you
Tell you i set you apart

Tell me your secrets
And ask me your questions
Oh, let's go back to the start

Runing in circles
Coming in tails
Heads on the sides apart

Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start"

(The Scientist, Coldplay)


Impressões de uma noite de Flower Power

(para a L., a R., a S. e a G..)

"Vem amor, a noite é uma criança
E depois quem ama por gosto não cansa
Amanhã de manhã...

Vamos acordar e ficar a ouvir
A rádio no ar, a chuva a cair
Eu vou-te abraçar e prender-te então
No corpo que é teu, na cama, no chão
Os nossos lençóis e a colcha de lã
Eu vou-te abraçar amanhã de manhã"


Eterno retorno

A última música que dancei ontem à noite foi a "Forever More", Moloko, a mesma com que acordei. Eu bem vos disse que ia ser um dia especial...


Tindersticks

Não falámos ainda de Tindersticks porque não sabiamos bem o que dizer. O concerto, na noite fria do Porto, foi cheio de momentos quentes, de sorrisos, de aplausos, de boa música. Arrepiámo-nos setenta e duas vezes e nenhuma delas por causa do frio. É certo que tive de conduzir à noite e com chuva e que dormi apenas 5 horas para poder ir às aulas no dia seguinte. O Berto jantou uma sopa fria e o Luís pagou por um sumo e um chocolate mais do que o que paga todos os dias para almoçar. Mas caramba, valeu bem a pena!
Para que conste: os britânicos estão bem vivos. Uma boa surpresa: o violinista, que também é cantor. Dispensamos mais palavras porque há uma tenda onde os índios gostam de falar de música. Boa música. Está tudo lá.
Sara & Berto


Os crescidos e eu

Não gostei de falar com a senhora que me manteve presa os famigerados 25 minutos. Tive de lhe ralhar, de lhe dizer que não fazia sentido, que era uma irresponsabilidade, que quase lhe rebocavam o carro, que o patrão me ia chatear. Mas quando entrei no carro sentia-me uma menina, pequenina, envergonhada pela ousadia, como uma "formiga com catarro". São muitas as vezes em que acho que ainda não pertenço ao mundo dos adultos.


Na TVI, comenta quem pode e comenta-se o que eles deixarem

Sempre que passo pelo bloco noticioso da TVI arranjo material para um post. Ontem foi a Manuela Moura Guedes que decidiu contestar as opiniões do Miguel Sousa Tavares. Acho engraçado que não se deixe um comentador fazer o trabalho dele... comentar. Felizmente, o jornalista (o verdadeiro) soube pôr a Jornalista (?) no lugar dela. Mas que vi aquilo muito mal parado, isso vi. De qualquer modo, fica a proposta: façam um textinho que o Miguel Sousa Tavares deve decorar facilmente. E assim sabe sempre o que pode e o que não pode dizer.


Diálogos de uma tarde de Outono (III)

(já em desespero...)
- Polícia Municipal, boa tarde.
- Boa tarde, eu estou a ligar porque estacionei perto da universidade e uma carrinha está a bloquear-me a saída. Já liguei para a GNR, PSP e ninguém parece poder resolver-me o problema. A verdade é que estou a apitar há mais de 20 minutos, já procurei pelo dono do carro aqui nos arredores, tenho mesmo de ir trabalhar e já não sei bem o que fazer.
- Diga-me exactamente onde está...
- Mesmo no primeiro bloco dos prédios amarelos, perto da rua d... olhe, espere lá que está a chegar aqui uma senhora e parece ser a dona.
- Ah sim...? Então dê-lhe uma descascadela!
- Como...? bem, obrigada...


Diálogos de uma tarde de Outono (II)

- PSP de Braga, boa tarde.
- Boa tarde, eu estou a ligar porque tenho o meu carro estacionado perto da universidade e uma carrinha está a bloquear-me a saída. Já procurei aqui à volta, estou a dar cabo da buzina há mais de 20 minutos e ninguém aparece. E como já estou atrasada para ir trabalhar precisava que viessem rebocar isto o mais rapidamente possível...
- Pois...
- Pois...?
- Mas diga lá, isso é em Gualtar?
- Sim...
- Ah, então tem de ligar para a GNR, que isso não é connosco!
- Mas a GNR diz que só vocês podem rebocar!
- Só se for a Polícia Municipal. Olhe, tente ligar para a Câmara...
- 'Tá, muito obrigada.


Diálogos de uma tarde de Outono (I)

- GNR de Braga, boa tarde.
- Boa tarde, eu estou a ligar porque tenho o meu carro estacionado perto da universidade e uma carrinha está a bloquear-me a saída. Já estou a apitar há 20 minutos e tenho mesmo de ir trabalhar.
- Já experimentou procurar aí perto?
- Já perguntei no restaurante e no café e pelo que me dizem este carro nem é conhecido por aqui. Como deve perceber, é mesmo urgente porque já estou atrasada para o emprego.
- Pois...
- Pois...?
- Olhe, eu posso mandar aí uma patrulha, mas vai demorar porque uma delas está num assalto e outra está no tribunal.
- Mas eu tenho mesmo de me despachar!
- Oh menina, mas nós nem reboque temos, só podia mandar mesmo a patrulha.
- E onde é que eu posso pedir um reboque?
- Tente na PSP...
- 'Tá, obrigada...


Oh mãe...!

As aulas de Jornalismo são um sofrimento. Pelo menos para mim. Não é fácil em três semanas ter ouvido três vezes: "Vocês escrevem mal!".


Como é bom viver em Braga!

Olhar pela janela e ver o sol; chegar ao carro e limpar o gelo do párabrisas. O jeito que me deu o gorro...


Acordar de manhã com Moloko na rádio só pode ser um sinal - here comes a great day.


O Ponto Media lembra-me que no domingo o Aula de Jornalismo, que me viu "nascer", fez um ano. Parabéns, atrasados, mas sentidos!


Agora percebi...

No domingo à noite sonhei que estava presa no meu carro, no escuro, sem saber como sair. Como sou sonâmbula, andei a rolar na cama à procura das portas e a perguntar-me o que raio estavam as mesinhas de cabeceira a fazer no meu carro. Nada de diferente do que acontece em tantas noites. O problema é que tenho ideia de ter mexido no carregador do telemóvel e agora há dois dias que não sei dele, o que significa que é bem possível já ter feito uma série de coisas de que nunca me apercebi porque não me fizeram sentir falta de nada. E isto, meus amigos, explica muita coisa!


É doloroso aceitar o facto de que quando o despertador toca não é engano. O sol que já espreita pelas frinchas do estore não nos deixa fugir - fazemos parte de um novo dia.
[Nisto, a nibs é certeira: "Os dias podem estar mais pequenos, mas as noites não estão maiores."]


Olhar no retrovisor e ver apenas escuro dá-me medo do tempo. Olho em frente e a mesma noite lá fora, o mesmo desconhecido. O passado e o futuro deviam ter lâmpadas florescentes. Nos dias em que me perco nas dúvidas, era só procurar o interruptor.


Linda tristeza

Os tindersticks regressam a Portugal para apresentar o novo trabalho: "Waiting for the moon". É o sexto título dos britânicos e, pelo que ouvi, traz as mesmas melodias tristes, melancólicas, nostálgicas, inquietantes e lindas dos discos anteriores. Depois de uma primeira experiência quase má (ouvi-os debaixo de uma chuva muito incomodativa), espero desta vez ter um lugar sentadinho para poder ouvir e apreciar a voz de Stuart Staples como mereço.


Lamento de dia cinzento

Há muito que não sou aquilo que mais procuras.


Todos os dias, quando o sol já deixou há muito os últimos raios, o casaco atirado para cima da cadeira, as chaves esquecidas em cima da secretária e o corpo cansado rendido nas almofadas do sofá não nos mentem - somos chão que já deu uvas.


Queria poder pegar nas minhas memórias e guardá-las numa caixa. Numa caixa que pudesse fechar a sete chaves. Sete chaves que pudesse guardar num bolso e esquecer. Pegava na caixa e guardava-a num sótão, com muitas outras caixas, onde o pó depressa as escondesse do mundo que é o meu. Num sótão que tivesse uma porta que pudesse fechar a sete chaves. Sete chaves que pudesse guardar no mesmo bolso onde estavam as outras sete... e esquecer. Esquecer que um dia tive todas as chaves que precisava para abrir as portas da minha memória. Esquecer. E poder ficar assim, para sempre perdido no tempo e no espaço, vazio. Enfim, livre. Livre de mim.


Aos tios, primos e primas, amigas e amigos de infância, conhecidos e desconhecidos de ocasião, demais convidados e, sobretudo, às tias:
- Não, não estou para casar;
- Sim, fui sozinha ao casamento da minha irmã;
- Não, não acho que "está na alturinha";
- Não, não tenho medo de "ficar para tia";
- Não, não ando à procura;
- Sim, conheço o rapazinho simpático sentado na mesa do fundo;
- Sim, estou crescida desde há 10 anos atrás;
- Sim, engordei uns quilinhos desde a última vez;
- Não, não levei esta mesma saia ao último casamento em que nos vimos;
- Sim, o meu cabelo está mais escuro;
Argh...


A chama fraca, os cozinhados a lume brando, os banhos mornos, a casa fria, o isqueiro inútil. Ando a viver a meio gás.


O Pedro está de tesoura e cola na mão. Já comprou o álbum onde vai juntar tudo e já anda à procura da matéria que o vai encher. Não quer coisas novas, prefere tudo usado. De preferência, perdidos que sejam verdadeiros achados.


Fim da linha. Ponto.

Nunca se está preparado para perder alguém que, afinal de contas, continua no mesmo sítio.


Na política vale tudo

Logo quando a nova ministra dos Negócios Estrangeiros, Teresa Gouveia, pensava que ia entrar pela casa de todos, em todos os canais e em horário nobre, o Tribunal da Relação lembra-se de mandar o Paulo Pedroso para casa. Isto parece-me mais uma manobra da oposição... fazem tudo para evitar que Durão e amigos tenham visibilidade. Não foi uma atitude bonita.


Ando a ser praxada: sou obrigada a não dormir numa hora de sono seguida, tenho de falar sempre pelo nariz, tusso e assoo o nariz de cinco em cinco minutos e tenho de tomar drogas estranhas. O excelentíssimo sr. doutor vírus, com mais matrículas do que qualquer outro, anda a violar claramente o código de praxe. Não se admite que no meio disto tudo ainda seja obrigada a manter uma temperatura corporal acima da média. O que me dizem estes senhores disto?


A preto e branco

Uma dica deste blog amigo proporcionou-me o melhor momento do dia.


Mais uma noite sem dormir convenientemente. A febre, essa bandida, obriga-me a acordar de hora em hora, às vezes de minuto em minuto, a rolar o corpo dorido na cama à procura de um lugar mais fresco, mais confortável, que me deixe dormir até de manha. Percorro cada centímetro do colchão e esse lugar não aparece. Rendo-me, não existe. Até de manhã ainda me esperam mais algumas horas daquele sofrimento. Dói-me o pescoço, que sente a falta da minha almofada, esquecida noutro lugar que não o armário.
Quando não aguento mais, levanto-me. Espero algum tempo até chegar a hora de tomar os medicamentos, todos eles de um trago só, na esperança de que sejam a solução, que em grupo consigam combater o raio do vírus que não me larga. A desilusão chega de manhã. Ainda tenho febre, mais alta do que ontem, o ruído na voz é ainda maior e a tosse que me importuna o peito que já se queixa, está mais forte, mais irritante, mais insuportável. Cada movimento é um sacrifício, mas uma exigência também. Custa-me pentear o cabelo molhado por um banho apressado, é quase impossível apertar os cordões sem um rasgo de dor nas costas. Apetece-me fazer birra, não ir trabalhar, chamar a minha mãe. Resisto a pegar no telefone e penso que já sou crescida para aguentar. Mas não. A doença, mesmo que apenas uma gripe, desperta em nós os instintos mais infantis.
Saio à rua e enfrento o vento frio. Tenho de parar um pouco para pensar no sítio onde deixei o carro e depois avanço. Os vidros bem fechados mantêm-me numa redoma mais ou menos segura e semelhante ao meu quarto. O som suave do rádio faz-me agradecer ter escolhido aquela cassete e dá-me a sensação de um mundo à parte. Enfrento o trânsito, as buzinadelas, mas é como se não fizesse parte daquilo. Se calhar é da febre. A verdade é que, mesmo assim, devia ter ficado em casa.


Aos amigos deste lado

A todos aqueles que se manifestaram agradados com a parceria recente neste blog e mesmo aos que, não se manifestando, vêem a coisa com bons olhos, o meu obrigado. Para já ainda não me é muito fácil escrever por cá. Parece-me estranho, principalmente porque também tenho o meu cantinho na blogosfera e estava habituado a ele. Agora divido-me, mas é com prazer que o faço. Aos poucos, espero dar notícias com regularidade para tornar este negócio rentável. Até porque se não o fizer a Sara bate-me...


Apologia do país

Vou pôr o autocolante "Estou convocado" do Euro 2004 no vidro do carro. Chamem-me foleira, pirosa, o que quiserem. Mas desígnios nacionais são desígnios nacionais e depois do que vi ontem em Oliveira de Azeméis e hoje sentada no sofá ao lado da minha mãe, as duas de lágrima no olho pela vitória de Portugal, não quero saber. Nasci numa geração em que muitos apregoam que Portugal é uma seca, que querem é fugir daqui, estudar e trabalhar lá fora. Eu não penso assim - assumo-me como um daqueles portugueses que sofre nos mundiais, jogos olímpicos, torneios de capoeira, não interessa. Pinto a cara, corro ao estádio se puder, ponho o cachecol na beira da janela, vou festejar para a rua, choro quando se perde, roo as unhas se for preciso. Fico feliz quando oiço histórias de sucesso de portugueses em meios competitivos, desponta-me um sorriso nos lábios quando vejo o Pedro Pinto na CNN. Gosto mesmo de ser portuguesa. Porque somos pequeninos, porque somos muito grandes, porque me chega bem quem somos. Não há língua mais bonita que a nossa, ninguém tem música tão bela como o fado, poucos são tão apaixonados como nós.
E não me venham com os problemas do Governo, da economia, com as faltas de civismo e com tretas semelhantes dos pessimistas do costume. Tudo isso é verdade, atenção, mas não é o essencial. A verdade é que se está muito bem em Portugal.


Sonhos

Continuo a sonhar compulsivamente. Todos os dias, todas a horas de sono. Acordo no final de cada um, às vezes praguejo se não foi bom, depois volto a dormir e ali está - um novo cenário, personagens diferentes, a mesma agitação. Ouço muitas vezes queixas de pessoas que não sonham ou não se lembram do que lhes ocupa a mente durante a noite, mas perdoo-lhes porque não sabem o que dizem. Sonhar todos os dias de uma forma quase consciente ronda os limites da maldição. Mesmo quando os sonhos são bons demais para ser verdade. Esses, principalmente esses, perseguem-nos ao longo do dia para nos lembrar de que tanta coisa nos faz falta. Hoje tive um desses sonhos e nem todo o trabalho que me ocupa a cabeça e a secretária o afastou.
"Em sonhos é sabido que não se morre. Aliás, essa é a única vantagem." (Sérgio Godinho) Cada vez gosto menos de sonhar.


A duas vozes

Não sei se vamos cantar melhor, mas o convite da Sara era irresistível. Agora, ela fala do lado dela, eu falo do meu, e quem nos quiser ler tem sempre espaço para dizer qualquer coisa também. No fundo, os nossos lados não são tão diferentes assim.


"E me deitei como faz a tarde
no amolecido chão do rio.
Mais antigo que o tempo
Mais longe que o último horizonte.
Lá onde nenhuma casa
alguma vez engravidou o chão."

(Mia Couto)