Mr. Lonely... Johnny Boy.

É a minha porcazita preferida.
Não me entendam mal! Ele sabe do que eu estou a falar.
Tem o sorriso mais doce e mais maroto que conheço, mas sorri menos do que aquilo que o mundo merecia. Tenho para mim que o pus a sorrir mais desde que me conheceu. Quando assim não é, mando-lhe com um "Então? Tudo bem?", na situação mais absurda, e o brilho enche-lhe os olhos.
Aquele brilho que me fez apaixonar pela honestidade, pela simplicidade, pelo jogo limpo, pelo preto no branco. E, já se sabe, adoro apaixonar-me por pessoas.
Tem um humor delicioso, um palminho de cara (ou dois... ou três...), muitos palmos de altura (fónix...), gosta da música certa, já viu os melhores filmes e não dispensa uma boa festa.
É arrebatador (e não é por ter força suficiente pra me meter debaixo do braço...) e não sabe.
Tem medo de ser desinteressante, está num limbo que o faz vacilar. E, também por isso, não faz ideia da beleza que traz consigo, todos os dias, na cara, no coração e na mochila de gaja que não dispensa.
É das melhores coisas que me aconteceram nos últimos dois meses. Esteve sempre ao lado, mesmo quando não estava. E ainda está. Andou comigo ao colo, fez de Fátima Lopes, ouviu sem julgar, com uma resposta sempre pronta e a mania de me chamar "miúda" e me despentear o cabelo.
Fartámo-nos de rir e fazer trenguices. Nem me quero lembrar dos pedaços de fruta e do ovo (e não me peçam pra explicar, que isto às tantas dá cadeia...).
É o colega do gin tónico e das insónias (mesmo com gin tónico...), das pequenas revoltas, do "já viste a lata?", da neura e da tensão pré menstrual. Mais um bocadinho, e era gaja.
Se fosse um doce seria um Travesseiro de Sintra. Se fosse um prato seria Gambas com Caril. Se fosse um livro, seria do Paul Auster. Se fosse uma música, seria de uma compilação. Se fosse uma pintura, era Surrealista. Se fosse uma descoberta, era uma praia cheia de sol na costa inviolada do Brasil.
É o amigo que dá sempre jeito trazer na carteira, apesar de ser teimoso e mimado como o raio.
Anda à procura de quem lhe tome conta dos "wild horses" que fazem dele quem é. Hoje sim, amanhã não, depois talvez. Ou melhor, hoje não, que ainda há tempo para mudar de ideias.
Como sempre achei que da pequenez dos meus 23 anos, os meus conselhos faziam pouco sentido, arranjei uma lista de conselhos dos outros (pronto, ok... é uma série de postais da freepostcards...).

Se fores, vai mais longe.
Se fizeres, faz diferente.
Se cantares, canta alto.
Se entrares, entra em braços.
Se rires, ri até chorar.
Se sonhares, sonha mais alto.
Se arriscares, arrisca tudo.
Se voltares, volta mais tarde.
Se vestires, veste a camisola.
Se saíres, sai da rotina.
Se mudares, muda muito.
Se venceres, vence o medo.

Despedi-me de todos com um abraço, um "obrigada" um "adeus!".
A ti, dei-te o abraço, mas não te disse adeus. Não porque não vais ficar longe, também tu. Mas porque não faz diferença. Two shots of happy, One shot of sad.

[Deu-me uma trabalheira do raio pensar na música para ti. "Miss Sarajevo", "Two shots of happy, One shot of sad", "The first time i ever saw your face", variadíssimas óperas, coisas bem culturais... e depois percebi que não havia nenhuma mais perfeita que esta - Lonely, Akon.]