"A Guerra em Directo"
Coisas Simples
[conselho de amiga: não percam esta miúda de vista...]
Vai Tuna!
Detesto quando eles fazem isto
"Come up to meet you
Tell you i'm sorry
You don't know how lovely
You are
I had to find you
Tell you i need you
Tell you i set you apart
Tell me your secrets
And ask me your questions
Oh, let's go back to the start
Runing in circles
Coming in tails
Heads on the sides apart
Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start"
(The Scientist, Coldplay)
Impressões de uma noite de Flower Power
"Vem amor, a noite é uma criança
E depois quem ama por gosto não cansa
Amanhã de manhã...
Vamos acordar e ficar a ouvir
A rádio no ar, a chuva a cair
Eu vou-te abraçar e prender-te então
No corpo que é teu, na cama, no chão
Os nossos lençóis e a colcha de lã
Eu vou-te abraçar amanhã de manhã"
Tindersticks
Para que conste: os britânicos estão bem vivos. Uma boa surpresa: o violinista, que também é cantor. Dispensamos mais palavras porque há uma tenda onde os índios gostam de falar de música. Boa música. Está tudo lá.
Sara & Berto
Os crescidos e eu
Na TVI, comenta quem pode e comenta-se o que eles deixarem
Diálogos de uma tarde de Outono (III)
- Polícia Municipal, boa tarde.
- Boa tarde, eu estou a ligar porque estacionei perto da universidade e uma carrinha está a bloquear-me a saída. Já liguei para a GNR, PSP e ninguém parece poder resolver-me o problema. A verdade é que estou a apitar há mais de 20 minutos, já procurei pelo dono do carro aqui nos arredores, tenho mesmo de ir trabalhar e já não sei bem o que fazer.
- Diga-me exactamente onde está...
- Mesmo no primeiro bloco dos prédios amarelos, perto da rua d... olhe, espere lá que está a chegar aqui uma senhora e parece ser a dona.
- Ah sim...? Então dê-lhe uma descascadela!
- Como...? bem, obrigada...
Diálogos de uma tarde de Outono (II)
- Boa tarde, eu estou a ligar porque tenho o meu carro estacionado perto da universidade e uma carrinha está a bloquear-me a saída. Já procurei aqui à volta, estou a dar cabo da buzina há mais de 20 minutos e ninguém aparece. E como já estou atrasada para ir trabalhar precisava que viessem rebocar isto o mais rapidamente possível...
- Pois...
- Pois...?
- Mas diga lá, isso é em Gualtar?
- Sim...
- Ah, então tem de ligar para a GNR, que isso não é connosco!
- Mas a GNR diz que só vocês podem rebocar!
- Só se for a Polícia Municipal. Olhe, tente ligar para a Câmara...
- 'Tá, muito obrigada.
Diálogos de uma tarde de Outono (I)
- Boa tarde, eu estou a ligar porque tenho o meu carro estacionado perto da universidade e uma carrinha está a bloquear-me a saída. Já estou a apitar há 20 minutos e tenho mesmo de ir trabalhar.
- Já experimentou procurar aí perto?
- Já perguntei no restaurante e no café e pelo que me dizem este carro nem é conhecido por aqui. Como deve perceber, é mesmo urgente porque já estou atrasada para o emprego.
- Pois...
- Pois...?
- Olhe, eu posso mandar aí uma patrulha, mas vai demorar porque uma delas está num assalto e outra está no tribunal.
- Mas eu tenho mesmo de me despachar!
- Oh menina, mas nós nem reboque temos, só podia mandar mesmo a patrulha.
- E onde é que eu posso pedir um reboque?
- Tente na PSP...
- 'Tá, obrigada...
Agora percebi...
[Nisto, a nibs é certeira: "Os dias podem estar mais pequenos, mas as noites não estão maiores."]
Linda tristeza
- Não, não estou para casar;
- Sim, fui sozinha ao casamento da minha irmã;
- Não, não acho que "está na alturinha";
- Não, não tenho medo de "ficar para tia";
- Não, não ando à procura;
- Sim, conheço o rapazinho simpático sentado na mesa do fundo;
- Sim, estou crescida desde há 10 anos atrás;
- Sim, engordei uns quilinhos desde a última vez;
- Não, não levei esta mesma saia ao último casamento em que nos vimos;
- Sim, o meu cabelo está mais escuro;
Argh...
Na política vale tudo
Quando não aguento mais, levanto-me. Espero algum tempo até chegar a hora de tomar os medicamentos, todos eles de um trago só, na esperança de que sejam a solução, que em grupo consigam combater o raio do vírus que não me larga. A desilusão chega de manhã. Ainda tenho febre, mais alta do que ontem, o ruído na voz é ainda maior e a tosse que me importuna o peito que já se queixa, está mais forte, mais irritante, mais insuportável. Cada movimento é um sacrifício, mas uma exigência também. Custa-me pentear o cabelo molhado por um banho apressado, é quase impossível apertar os cordões sem um rasgo de dor nas costas. Apetece-me fazer birra, não ir trabalhar, chamar a minha mãe. Resisto a pegar no telefone e penso que já sou crescida para aguentar. Mas não. A doença, mesmo que apenas uma gripe, desperta em nós os instintos mais infantis.
Saio à rua e enfrento o vento frio. Tenho de parar um pouco para pensar no sítio onde deixei o carro e depois avanço. Os vidros bem fechados mantêm-me numa redoma mais ou menos segura e semelhante ao meu quarto. O som suave do rádio faz-me agradecer ter escolhido aquela cassete e dá-me a sensação de um mundo à parte. Enfrento o trânsito, as buzinadelas, mas é como se não fizesse parte daquilo. Se calhar é da febre. A verdade é que, mesmo assim, devia ter ficado em casa.
Aos amigos deste lado
Apologia do país
E não me venham com os problemas do Governo, da economia, com as faltas de civismo e com tretas semelhantes dos pessimistas do costume. Tudo isso é verdade, atenção, mas não é o essencial. A verdade é que se está muito bem em Portugal.
Sonhos
"Em sonhos é sabido que não se morre. Aliás, essa é a única vantagem." (Sérgio Godinho) Cada vez gosto menos de sonhar.