Confesso que se ha dois meses me perguntassem o que pensava de Espanha, diria imediatamente que Portugal podia ficar em penultimo lugar seja do que for, desde que Espanha estivesse em ultimo.
Hoje perguntaram-me por quem "tiffava" no jogo amigavel entre Espanha e Italia e respondi sem pensar, mas de coraçao, "SPAGNA!". A Diana e a Esther, as duas espanholitas mais particulares de Caceres que moram no quarto ao lado, andam a fazer-me mal.

[Como acto de contriçao, levo a bandeira de portugal como lenço no cabelo para o restaurante onde todos os Erasmus vao ver a partida...]


Daqui a 10 dias, a Ana vai a Portugal. Tenho a certeza que vao ser os piores 15 dias aqui. So por saber que, quando voltar, tera um bocadinho mais do pais que me faz falta do que eu.


In America

Toca a deixar os blogs. Peguem no casaco (pelo menos por ca faz frio) e corram ao videoclub mais perto. Nao pensem em mais nada, nem olhem em redor. Quando chegarem ao balcao, peçam "In America".
No final, fechem os olhos e pensem na imagem que tem de mim, mesmo que nao me conheçam.
"In America" teve o dom de me fazer perceber que todos os que me fazem falta estao mesmo aqui.


Bem sei que a memoria do meu velhote ja nao é o que era, mas nao pensava que tivesse ja esquecido que a filhota, alem de estar em Italia, esta tambem aqui, com cinco outras moçoilas espalhadas por ai. No blog d' As Cinco (sem o cao...), esta tudo, ou QUASE tudo, que nos acontece e podemos contar. O resto fica para as noites de risota em Braga, sem dormir, de cappuccino na mao.


Porque a Lis nunca falha, e porque se nao tratasse de ter um blog, bem se lixava na nota do estagio, a Sandra nao resistiu.
Quem trabalha na Lookware, tem de aprender alguma coisa e, agora, a Sandra juntou-se à Odilia, que escreve do Brasil, e estao as duas "em linha", aqui. Bem vindas!


Lembro-de de ouvir vezes sem conta a historia do menino que nunca tinha visto o mar e que foi levado à cidade. Lembro-me do brilho nos olhos de quem ma contava na parte da historia em que o menino descobria que o mar era bem maior do que o ribeiro que havia la na terra, que o mar tinha "tanta agua". Mais de um mes depois de chegar a Campobasso, mais de um mes sem ver o mar, ir a Parma significou tambem viajar de comboio lado a lado com o azul.
Quando ouvi a palavra "mar", enquanto procurava um mapa na confusao da mochila, e olhei pela janela, senti-me como aquele menino que nunca tinha visto tanta agua junta. Nao posso descrever a sensaçao, mas tenho a certeza que, naquele dia, quando olhei a praia, senti-me como o meu pai quando viu o mar pela primeira vez.


E' sempre assim...


... deixa-se o gajo sozinho em casa e é o que se ve. Tudo fora do sitio, cheio de pò, uma confusao. Com isto assim, claro que nem podemos receber ca ninguem.

Berto, toca a escrever!


Esqueçam o bogas. Esqueçam os autocarros, as caminhadas, os taxis, os comboios. Depois de uma semana no norte, o que esta a dar é a bicicleta.

[Pai, aquela do bogas é a brincar... Faz o favor de nao o vender, 'ta? ;)]


Francesas, Espanholas, Eslavas... ate mesmo italianas. "Nao, somos portuguesas..."

"Portoghese?! Rui Costa!"

Sim... E' mais ou menos isso!


Parma, Cinque Terre, Veneza e Firenze. Tudo na semana mais portuguesa que tivemos ate agora em Italia. Nao fosse a chuva em Florença e tinha sido perfeito. Pensando bem, esqueçam a chuva. Aproveitem e esqueçam tambem as nodoas negras da bicicleta, a cama improvisada no chao por uma semana, o frio e o dinheiro gasto. Imperfeito foi apenas dizer adeus às duas amigas que estudam em Parma.


A saudade é um valor acrescentado.


Um tupperware com croquetes, bolos de cenoura e coconut, morangos, maças, peras e um abacaxi, uma embalagem de estrelitas, uns sapatos esquecidos em Portugal, uma camisola roubada pela irma, um pacote de After Eight, Terra Nosta e Limiano, um chouriço, um salpicao e um pacote de arroz cigala.
Chegou tudo e deixou-nos um sorriso. Coisas que em Portugal nunca fariam tanta diferença, mas que, para nos, sao muito mais do que uma questao geografica.

(Pai, diz à mae que estava tudo optimo!)