José Sócrates reage, em conferência de imprensa, à decisão de Jorge Sampaio:

"O PS sempre apoiou a estabilidade, sem nunca pressionar o presidente da República."

Sócrates, amico, perchè non Vai a Fare Colazione?

Eles são mafiosos, mal educados, acelerados, desorganizados, relaxados, passados da cabeça, endrominadores, difíceis de lidar. Vivem com crime por todos os lados, com o lixo à porta de casa e destruíram a beleza da cidade que é deles.
Mas são divertidos, estão-se nas tintas para o que os do norte dizem deles e têm um dialecto delicioso para cantar estas canções.
Lédis en Rentélmen (em honra das hospedeiras da Ibéria a falar inglês), Renato Carosone, o verdadeiro artista napolitano, no Giradiscos.

Tu vuò fa l' americano
mmericano! mmericano!
ma si nato in Italy!
siente a mme
non ce sta' niente a ffa
o kay, napolitan!
Tu vuò fa l' american!
Tu vuò fa l' american!

[São difíceis, estes italianos... não bastava terem pronúncias diferentes, também tinham de inventar dialectos... Nesta música até se percebe, mas quando falam entre eles, nem depois de três anos a aprender!]

Estou farta de andar de carro. Vou sempre aos mesmo sítios, pelas mesmas ruas, a ouvir as mesmas músicas, para chegar aos mesmos destinos e fazer as mesmas coisas. Hoje cheguei ao cúmulo de me sentir sozinha na estrada Braga-Barcelos só porque não vinha nenhum carro atrás de mim. Tenho esta mania terrível de olhar pelo retrovisor e, como não tenho mais nada para fazer durante os kms que me levam onde quero, começo a imaginar a vida de quem vem mesmo atrás do bogas. "Será de Braga? Aposto que não vai para Barcelos... se calhar estuda... aquilo será um selo da Universidade? E também não conduz muito bem... o pisca, oh amigo??"

Estou a endoidecer? SIM!
É urgente fazer alguma coisa? SIM!
Pronto... está bem. Vou dar um saltinho a Itália e já volto.

O terror tomou conta de mim enquanto, no 1,2,3 de hoje, a Teresa Guilherme lia um dos prémios recusados pelos concorrentes.
"Tenho a certeza que também esta relíquia vos ia agradar, principalmente pelo valor afectivo. Por isso, acabaram de perder uma autêntica antiguidade: um carrito, de 1989 e mais de 100 mil kms."
Já estava a imaginar a porta da montra abrir e eu ver o meu o bogas do lado de lá...

[É velhinho, não pega quando está frio e deixa entrar vento por todos os lados, mas do lado de cá é que ele está bem.]

Estamos as três no último ano de faculdade. Cinco anos depois, temos neurónios a menos, maluqueira e ideias a mais e prezamos a companhia umas das outras mais do que muita coisa. Quase não saímos, apostamos, sempre que podemos, em comida saudável (com uma ou outra batata frita lá escondida e uma goma para rematar), preferimos o capuccino ao cocktail (apesar da Roxo não dispensar o tango...) e grandes noites só mesmo com as outras duas, enroladas numa manta, no sofá da sala de alguém, a rir até não poder mais.
Ainda assim, os nossos vizinhos acham que somos "as típicas estudantes". Tudo bem... sobre o "típicas" é que tenho algumas dúvidas. Acham que fazemos barulho entre as 3 e as 6 da manhã, que falamos muito alto, que passamos os dias e as noites em festas, que trazemos estranhos para casa, que temos um ar suspeito. Passam a vida na janela a ver quem chega, saem de casa para espreitar, nas escadas, quem entra na nossa casa, aposto que dormem de copo encostado à parede para ouvir o que fazemos.
Compreendo-os. Já viram uma a estacionar o carro, abrir o capot e levar um cabo para casa debaixo do braço; outra com o carro todo esmurrado quase a espetar-se de frente contra as outras duas; a terceira a entrar sempre pela garagem; todas elas, todas as semanas, com malas enormes a subir os dois andares de escadas.
Juramos a toda a gente que não somos o que pensam, que mais "calmas" do que nós não pode haver, que são os vizinhos de cima a fazer o barulho todo.
E, mesmo assim, não percebem que, nos últimos dias, as únicas preocupações destas "típicas estudantes" foram não ter em casa porcarias para comer e ter ficado sem o AXN e a RAIuno no serviço da TVCabo.

Não limpei o carro.

Pronto, já disse.