Bater no fundo

Durante o banho desta manhã (eu sei, é uma vergonha... em cinco meses não aprendi nada com a belga...), ouvi lá longe no rádio do quarto uma voz nasalada e umas palavras familiares. Peguei na toalha e saí a correr. Não é todos os dias que, em Portugal, se ouve Eros Ramazzoti pouco depois de acordar.

[e se calhar, ainda bem! :)]


Como é que se faz para partir?

Via Benevento, Via Cardarelli, Via Marconi, Piazza Peppe, Brisotti, Gallo Nero, Deli. Hoje já não se fala português em nenhum destes sítios. Nem espanhol. Nem belga. Hoje já estamos todos em casa, com as famílias e os amigos de quem sentimos falta. Hoje já estamos todos em casa, com um sorriso e um nó na garganta ao lembrar de tudo o que deixámos lá. Vemos as fotos vezes sem conta, lemos os sms's no telemóvel, recordamos as piadas e as trenguices que enchiam os nossos dias em Campobasso. Nós sabemos os que sentimos; os outros não, porque o dicionário não os deixa. Mas afinal de contas, hoje estamos todos em casa, no lugar onde todos devemos estar. Ou então não.


Esqueçam a televisao italiana, o dvd, os filmes alugados. Agora temos uma Playstation2.
 
[Conselho de amiga: nunca desafiem esta menina para um duelo em ISSPro!]


E' assim tao obvio?

- Ciao! Una Cola, per favore!
- Cosa?
- Coca Cola!
- Ah... Sei in vacanze qua?

(Oh amigo, férias em Campobasso? So se estivesse doente...)


Como quem nao quer a coisa ou E' so a ver se ele percebe...

Exame oral de Laboratorio de Criaçao Artistica
Primeiro exame que o professor faz a alunos ERASMUS

Prof: Entao e agora tenho de vos dar uma nota qualitativa ou quantitativa?
Ana: Quantitativa, professor.
Prof: Em numeros mesmo?
Ana: Sim... 28, 29, 30...

(18,19 ou 20, em Portugal. Menos que isto é que nao! :) E se calhar até resultou. Viemo-nos embora com um 30 no bolso cada uma e o resto é letra.)


Violaçao de contrato

Quando prometi tornar a Portugal 5 meses depois de partir para Italia, ninguém me avisou que, na volta, ia encontrar o Santana Lopes como Primeiro-Ministro.


"Francesas? Eslavas? Espanholas?" Nao, caraças... somos portuguesas!

Estamos ca ha quase cinco meses e mesmo algumas pessoas que nos veem todos os dias ainda nos trocam a nacionalidade. Ou melhor, trocavam. Desde o jogo de Domingo passado, toda a gente se lembra de que somos portuguesas. Interessante, nao é?


Nao se esta nada mal em Campobasso, nao...


As melgas mordem-nos todos os dias, a todas as horas. Apanhamos um escaldao na praia. Hoje esta mais fresco, mas ha dois dias nao se aguentava. Apareceu-me herpes no labio. A Ana fala cada vez mais de noite. Ha duas semanas tivemos um terramoto de grau 4, na escala de Mercali.

Pronto, ja percebemos e nao era preciso tanto! Nao se preocupem que daqui a 15 dias pomo-nos a andar.