Esta menina fez o favor de fazer o resumo da noite de ontem. Já antes, este outro menino tinha passado para o blog as anotações que fez num pedaço de papel já nem sei bem de quê. Seja como for, não resisto a copiar "tim-tim por tim-tim" aquilo que a Maria guardou de algumas horas como já não tínhamos há muito tempo. Eu assino por baixo, excepto algumas bocas foleiras e de clara dor de cotovelo em relação ao bogas e alguns outros pormenores que serão alvo de correcção no local, entre [ ].
A todos, obrigada.

" A noite aos pedaços

Caqui:

- a luta por uma cadeira
- as conversas desencontradas
- os italianos [deixem-me que acrescente "O italiano"...]
- o homem de camisa vermelha
- o telemóvel laranja
- os "stresses" do menino por causa do telemóvel laranja
- o senhor barrigudo que limpava energicamente a mesa
- o copo que ficava sempre cheio demais
O problema: os pedaços de fruta (a sangria é um pormenor sem importância).

B.A:

- a habitual confusão
- as gargalhadas, os abraços e beijinhos
- o bilhetinho romântico
- o Serafim Saudade
- a dança pimba e as voltinhas intermináveis
- a saudade fora de época
- ele que quase se desfez a dançar
- a parede que não fugia
- o chão que ondulava
- o jogo “do meio”
- a ausência da R. que preferiu os cobertores
- a gaja feia do balcão (palavras dele)
- as tentativas frustradas de levantar a L.
O problema: os cubos gelo (a amêndoa amarga, os finos e o safari são pormenores sem importância).

Padaria:

- a mudança (o chão deixou de ter azulejos e passou a ser de cimento)
- os bolos com creme, sem creme, com chocolate ou com amêndoa
- a barriga dele que está a ficar enorme (ou não)
- o aspirador vs tomada
- as tentativas frustradas de piões do menino
- a paisagem bonita (ou não) [muito bonita, sim senhor! insensíveis...]
- o carro dela na berma
- o estômago às voltas
- ele, ela e ela que se perderam no regresso [nós?!? que eu saiba, vocês é que chegaram meia hora depois ao destino...]
O problema: o papel que o embrulhava (o bolo, glória, ressequido com quilos de açúcar em cima do álcool é um pormenor sem importância).

Bom Jesus:

- o carregamento do telemóvel com espectadores
- a típica mensagem para a mesma pessoa de sempre
- as curvas apertadas e escuras
- o bogas dela que ia ficando pelo caminho [calúnia... maldade...]
- Braga de madrugada, uma vista privilegiada
- o lago com água para beber (ou não)
- as chaves do carro que estavam no banco (ou não) [debaixo do rabo de alguém...]
O problema: a ausência de café com leite (o frio é um pormenor sem importância).

Casa:

- as fotos do(s) quarto(s)
- aquilo que ele tirou da parece e não era suposto sair de lá
- a nossa “coisa” que roda, parecida à que apareceu na tv
- o capuccino, a água na panela, o açúcar, o chá no pacote [o nestlé crescimento na mármore...]
- o jogo de cartas que nunca foi jogado
- as bolachas que ninguém comeu
- os sorrisos, os risinhos, as gargalhadas
- as conversas sem sentido
- as conversas com o sentido alterado
- o sofá que fugia sempre
- as televendas
- a carpete para ele, ele, ela e ela dormirem [eu cá dormi na caminha... e, quando acordei de manhã, não estava ninguém na carpete...]
O problema: o açúcar (o leite Nestlé crescimento com sabor a mel misturado com capuccino é um pormenor sem importância).

Para: ela, ela, ele, ele, ela, para a L., a S. e a Brina um grande xi, foi lindo!
Para a R. : faltaste lá tu.
" [R., para a próxima vais pelas orelhas, nem que leves "o sol" atrás!]


Afinal não me procuras só quando estás doente. Afinal estás aí, mesmo quando não tosses, não espirras, não assoas o nariz. Afinal vens cá todos os dias, pela manhã, ler o que não procuras da minha boca. Afinal chega.


"Noite, o que é?"

"A melhor parte da noite é a manhã."
FP


"- Bom dia, precisava de um papel da Universidade a confirmar que vou de Erasmus no próximo semestre, para pedir o formulário E-128 na ADSE.
- Não se preocupe que isso não é para já...
- Pois, mas recebi um email da Unimoli a pedir esse formulário até dia 3 de Dezembro. De outra forma, não terei direito a alojamento.
- Ah... mas nós só passamos esse papel a partir de Janeiro!
- Mas eu preciso mesmo de ele hoje, senão lá se vai o apartamento!
- Pois é, pois é... mas nós só passamos issso a partir de Janeiro...
"

Estarei já a falar em italiano?


Mais um sonho que foi de vela. Ainda por cima perdemos para os espanhóis. Este vai figurar para sempre nos anais do tempo como um dos dias piores da nação... mesmo ao lado do dia em que decidiram pôr um homem chamado Patrick a conduzir a nossa candidatura.


Obrigada ou As saudades que vou ter de vocês... ou Por que é que não vamos todas para Campobasso? ou Haverá Big Brother em Itália?

Mesmo com um torcicolo por ter adormecido no puff e a cair de sono por só ter dormido 3 horas, mais do que qualquer analgésico, antibiótico ou três meses de cama, rir convosco regenera-me por dentro. Obrigada!


Quando ontem pedi a este menino para me apertar os cordões em pleno corredor da U.M., a primeira reacção não foi um "vai dar uma volta" ou "e o rabinho lavado com água de malvas, não?!", mas apenas um "tu livra-te de pores isto no blog!". Am i that obsessed?!


O Santana Lopes podia aproveitar a oportunidade para colocar mais um cartaz em Lisboa. "Aqui há buraco"; ou "Veja onde põe os pés"; ou então "Quem mandou passar com o autocarro por aí?". Se o presidente quiser aproveitar, não me importo nada de vender os ditos.


Irrita-me saber que não te faço falta.


Take one
- 'Tou...?
- Sara? Então, tudo bem? Olha, grande notícia aquela no Público de ante-ontem! Não sabia que estavas lá...
- Pois... E não estou!
- Não?!

Take two
Enviada: 17.11.2003, às 11.30h; Remetente: X.
"Olá, menina! Por acaso foste tu que fizeste a reportagem no destaque de hoje no aeiou? Estás em grande... Parabéns!"
Resposta: 17.11.2003 às 12.03
"Pois é, pois é... a reportagem é boa, mas não é minha... deixa lá, quem sabe um dia!"

Take three
- 'Tou...
- Olha que tu não tens emenda...!
- Eu?!? O que é que eu fiz?
- Então agora escreves na Caras e nem dizes às amigas? Conta lá, quem é que já conheceste?
- Não, Y., não sou eu...
- Vá, eu sei que és tu... tem mesmo a tua cara!
- Desculpa...?

Isto de haver 300 Saras Oliveiras a escrever em Portugal tem de acabar.


A selecção nacional de sub-21 está a pensar entrar no negócio da decoração - especialização em remodelação de balneários.


O Pedro tem uma casa nova, bem jeitosa por sinal. Vamos ver se sossegas agora, está bem?


Gosto de recordações. Das boas, claro. As más, acabo por esquecer. Deixo-as lá num canto bem escuro, para não ter de esbarrar com elas.
Gosto de recordações que me façam rir. Delas, dos outros, de mim. Esta manhã, mil e uma coisas me fizeram pensar em Moçambique, nos dois meses passados numa terra que nos entra pelos sentidos dentro. Se calhar porque por cá brilha um sol bem quente, se calhar porque antes de sair da casa olhei para a foto da carinha mais tímida e doce que conheci, se calhar porque todos aqueles momentos vivem comigo todos os dias. Mesmo os que muitos ouvem com horror e que recordo com um sorriso.
Lembei-me da manhã em que não reconheci o meu pai ao telefone, no dia em que quase caí a um lago cheio de crocodilos, da casa de banho (?) em que encontrei duas iguanas do tamanho do meu antebraço em cima da sanita, da noite em que os 15 kms de regresso a 'casa' foram feitos a pé, no escuro, bem no meio do mato. Mas lembrei-me sobretudo do trato gentil, da humildade, dos sorrisos sinceros, das gargalhadas, muitas, das cores, dos sons, dos cheiros. Hoje, mais do que em qualquer outra altura, percebi que tenho de voltar.


Vocação?

Vocação é ficar três horas a ouvir uma palestra sobre o estacionamento de autocaravanas para depois fazer uma notícia de 2000 caracteres e, no final, chegar a casa e pensar: "Porra, eu gosto mesmo de ser jornalista."


O meu primeiro beijo

O mano que só há alguns meses descobri é para mim um dos mais queridos, por ter o sorriso mais doce e o abraço mais terno da UM e por não precisar de ouvir muito da minha boca para perceber o que temos em comum.
Como um bom mano, é cheio de surpresas. Boas surpresas. A última vem em forma de blog.
Como qualquer pessoa que espera o primeiro beijo, o blog do Felipe pretende ser inconstante, inquieto, perguntador. Pelo menos enquanto tiver dúvidas, enquanto houver perguntas sem resposta.
O meu primeiro beijo, num click bem perto de si.


Sinais

Parte do mecanismo que me permite accionar o pisca do meu bogas está a derreter. Leram bem, não foi gafe - está mesmo a derreter. Sempre que lá toco (como tirei a carta há pouco tempo, continuo a fazer parte do grupo reduzido de portugueses que usa os piscas quando muda de direcção) fico com um bocadinho agarrado aos dedos.
A quem perceba de sinais estranhos... isto quererá dizer alguma coisa? (além da conclusão óbvia de que devo mudar de carro com urgência...)


Colagem Ignóbil ou Olha-me este... ou Não tinhas um nome melhor?
Há aí um senhor à procura de problemas. Chegou à blogosfera, de mansinho, como quem não quer a coisa, e já começou a escrever.
Já estou a ver a cena: lá em casa, começou a perguntar à filha mais nova o que era aquilo com que ela perdia tanto tempo, de que falavam tanto na televisão, que até havia um senhor que mentia muito e como se fazia. Depois foi tomando notas, apontado ideias, arquitectando planos. E pronto, cá está ele, com um blog voltado para o espírito, para tudo o que tem a ver com Deus, por ser Dele que depende todos os dias.
Do Lado de Lá é o blog desse senhor, que se cola assim, em nome, a este blog de sucesso. As expectativas são muitas, rufam os tambores. Bem vindo, pai.


Eu só podia ficar muito frustrado...

Um post da Sara sobre uma noite bem regada conseguiu, até agora, onze comentários. Um post meu sobre o Meatrix, que até é uma coisa com piada (e com juízo), conseguiu um... um! Vá lá, pelo menos é bom. Mas vejam só o feedback que o álcool produz.


Ai Jesus, ai Jesus ou Bem feita que é para aprenderes ou Oh mãe, faz-me um cházinho! ou Alguém feche o estore, por favor...

Já devia saber que a sangria da L. nunca dá bons resultados.


The Matrix ou The Meatrix?

Eu fiquei confuso. Até porque as personagens são iguaizinhas!

Dica de silhuetas.


Yeah, right...

A Elis indicou-me o caminho para chegar ao questionário que define quem seríamos no Matrix. Passo pelo Ivan, depois pela Bomba e chego lá. No final, a resposta: "You are Trinity, from "The Matrix." Strong, beautiful- you epitomize the ultimate heroine". Come again??


Nós

As visitas inesperadas podem ser as melhores. A TUA esteve no lado de cá e deixou muito. Se não pelo comentário, pela pista para um blog cheio de coisas de que nem consigo falar. Ali vive-se como qualquer amor deve ser vivido - a dois, quase em segredo, num abraço que nunca acaba. Nós. Vai já direitinho para a lista de links.


Certeza

"Na tua boca há um silêncio que é só nosso."


Assédio (ainda)

Afinal, o bloguitica tinha razão quando dizia que eu andava a ser vítima de assédio. Não sei como é que adivinhou, mas este é, de certeza, um blog com capacidades fora do normal. Vejam lá que comecei a receber mensagens no meu e-mail de nomes como ponka malisskatvhqfy, ukka bisderskabnwelqz, mirka mirisklabus ou onna vizbeska. Se isto não é assédio não sei o que será.


Isto sim...

A A. mandou-me um mail carregadinho de fotografias do Rodrigo Santoro. Para os meninos: é um actor brasileiro que faz umas novelas e que participou no "Anjos de Charlie", filme que passou há pouco no cinema; para as meninas: não preciso de dizer nada, pois não?
Não há grandes dúvidas: é para isto que servem as amigas.


Estou curioso

O mail não recebe mensagens, o carteiro só traz facturas para pagar - e de facto toca sempre duas vezes (ou mais) porque, para receber contas, prefiro não abrir a porta -, o telemóvel está quase sempre mudo, na rua não há mulheres desesperadas aos meus pés... mas afinal quando é que começam os assédios?


O bloguitica diz que o Alberto Fragoso deste blog "conta que anda a ser vítima de assédio" (adoro o "diz que disse"...). Leio os últimos posts do Do Lado de Cá, vezes sem conta, com toda a atenção. Não encontro, nem uma vez, qualquer uma das palavras. Leio outra vez. Procuro nas entrelinhas. Nada. Realidade paralela? Alucinação colectiva? A Bíblia bem diz que nos últimos tempos coisas estranhas iam acontecer...


Dias importantes

Raramente os dias importantes são como os imaginamos, como queremos que sejam. Mesmo que faça sol, mesmo que todos nos sorriam, mesmo que o pneu não fure, a gasolina não acabe, o rádio não avarie. Nos dias importantes, está sempre vento, estamos sempre sisudos, o carro anda sozinho porque nem olhamos para o que estamos a fazer, a música na rádio é sempre a errada.
Os dias importantes são, muitas vezes, os piores. Mesmo que sejam bons. Não sabemos o que dizer, não ouvimos o que nos dizem, nem queremos saber. Só pensamos no importante do dia. Prendemos o olhar no vazio, suspiramos a torto e a direito, roemos as unhas e os dedos, os nossos e os dos outros. Não interessa se depois os vamos guardar, se nos marcam, se nos mudam, se nos deixam tristes ou nos levam ao céu. São dias em que praticamente não existimos.
Amanhã é um dia importante.


Em apenas três dias, recebi seguramente mais de 20 mails de uma senhora chamada "Steph" (que temo não conhecer), a aconselhar-me um "Hot New Dating Site". Caramba... ando com um ar assim tão desesperado?? Isto é só sono, amigos. Só sono.


12 perguntas

Alguém que tem de escrever sobre mim pediu-me para conversarmos um pouco sobre a minha vida. Encontrámo-nos para um café tardio e, 12 perguntas depois de lá termos chegado, a conversa acabou. Fiquei à espera de ouvir, no final, que era impossível saber tanto com tão pouco. Mas não. Fui despachada com um "pronto, já está tudo, já chega". 12 perguntas? O que sou não se conta em 12 respostas.


Dizer que hoje, ao fim da tarde, a minha orelha esquerda estava quente é muito pouco. A orelha, a cara, o pescoço e até o ombro estavam a ferver. Quero acreditar que foi apenas porque estive em algum sítio com o ar condicionado a esbarrar comigo, mas a sabedoria popular não me larga. Como o arrependimento é essencial para o perdão, recomendo vivamente ao(s) culpado(s) que reconheçam o crime.
[Já sei que, depois deste post, o mais 'falador' destes senhores vai brincar comigo por causa do umbiguismo deste blog, mas vale a pena arriscar!]


Contrição de início de semana ou Eu bem avisei
I'm never the same.


Fim de semana

Há muito que alguém se devia ter lembrado de mandar construir sete colinas em Matosinhos. E um Bairro Alto, uma Sociedade de Geografia, uns Armazéns do Chiado, um Páginas Tantas, um Cemitério dos Prazeres, uma casa de Chá, um Espaço Cabo Verde, um Incógnito. Mas sem subway, caras sisudas, nem chuva, chuva, chuva.

[Esqueci-me da Escola Superior de Educação e do arraial no Politécnico de Lisboa. Volta e meia temos dessas coisas por cá, mas, como aquele, acho difícil que repita!]


"When the world ends
I'm going to hold you
When the world is over
We'll just be beginning..."

(Maria João e Mário Laginha, cover de "When The World Ends", Dave Mathews Band. Sem som, porque o ftp me mandou dar uma volta. Também não importa, sei que sabes isto de cor.)


Entra. Atira o casaco para cima da cadeira como fazes sempre que estás cansado, passa a mão pelo cabelo e franze o sobrolho. Podes ficar aqui mesmo ao meu lado, mas em silêncio, não te quero ouvir falar dos teus dias, das tuas obras, das tuas vontades. Quero-te a ti e ao que de mais precioso tens - o silêncio - puro e inviolável, que te traz de volta a mim, agora que estás em tua casa e eu, do alto da minha madrugada, te vejo tão longe e espero em vão.